R.P.G: BREVES COMENTÁRIOS SOBRE ESTA SIGLA.

segunda-feira, 13 de junho de 2011


Existe uma polêmica nacional com a sigla R.P.G que por obra do acaso virou sinônimo de toda e qualquer tendência anárquica, amoral, demoníaca e ilegal. Curiosamente, pessoas que nunca tiveram contato ou tempo, aproximados 5 minutos de Google, para descobrir algo sobre a “sigla do mal”, são as que mais comentam sobre isso, o que permite acreditar que a internet não é nada diante da rede internacional de fuxico boca-a-boca 100% informal.
Mas vamos ao esclarecimento R.P.G é um sigla referência para várias coisas como uma arma anti-tanque, uma linguagem de programação arcaica, uma técnica fisioterapêutica, mas a situação é mais complicada, estamos falando do RolePlaying Game ou jogo de interpretação de papéis criado nos Estados Unidos baseado em jogos de estratégia na década de 70 chegando no Brasil no final da década de 80. Este jogo agride brutalmente o senso comum, pois é baseado na leitura aprofundada, abstração e cálculos matemáticos, isso para o país com menor índice de leitores da América Latina, é com certeza uma fronta.
Trocando em miúdos, sabe quando se é criança e um adulto esta contando uma história e o infante de repente resolve dar pitaco e mudar a historia assumindo-se como um personagem? Pois bem, RPG é brincar de contar histórias, entre amigos, no qual cada um aumenta um ponto, em um conto feito com a participação interativa de um grupo. Quando falo grupo, favor, não confundir com seita, digo grupo de amigos que se reúnem e ficam horas (sim, é um jogo que pode durar aproximadamente umas 6 horas por encontro) conversando, cada um cria seu personagem e o narrador coordena o ambiente da história, atenção, não confundir narrador com “aquele amigo que influência meu filho a mudar seus vocábulos, conversando em línguas”.
Quando existe a prática deste jogo de contação de história, o participante tende a ampliar seu glossário, e adquirir alguns conhecimentos vinculados as áreas de história, sociologia, geografia e mitologia, assim como melhorar sua capacidade de dicção, imaginação e leitura. Sendo assim pais, preparem-se, seus filhos podem ter mudanças terríveis de comportamento pois entraram em contato com estímulos mais intensos que simplesmente TV e Computador.
Bom, agora é o momento de falar do outro lado desta moeda, pois muitas pessoas jogam RPG e não gostam, a questão é simples, cada indivíduo responde melhor a determinados estímulos e tem funcionalidades cerebrais distintas, ponto.
Pode-se confirmar que existe desenvolvimento, mas nada adianta se esse desenvolvimento não for aproveitado, tendo direcionamento, existem muitos jogadores que são aficionados por gêneros literários como terror, suspense e violência, isso é um inconveniente pois limita as possibilidades do participante.
De maneira que nada realmente produtivo e saudável pode sair disso, esboçando um indivíduo de mente turva, confusa e sem perspectiva, porem não é culpa do R.P.G, mas das pessoas que estão utilizando-o mal, pois quando ocorre um assassinato culpa-se o assassino e não a arma do crime, a arma é apenas um instrumento para uma ação, o jogo de interpretação de papéis é uma ferramenta educativa que amplia percepções, mas sem o direcionamento claro, desconsidero seu uso.
Autor: Rafael Correia Rocha
Mestrando em Educação pela Universidad de La Empresa, Montevidéu/Uruguai
Funcionário Público – secretaria de desenvolvimento social e trabalho de Uberlandia.

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