O
significado das coisas não está nas coisas em si, mas
sim em nossa atitude com relação a elas.
(Antoine
de Saint-Exupéry)
O
pensamento e conduta humana, estão pautadas na dualidade, que
pode ser claramente definida no mito de Prometeu e Epimeteu, os
gêmeos imortais de comportamentos opostos. Prometeu, um titã
humanitário, conhecido por sua sabedoria e astúcia,
sempre pensava e planejava suas ações com prudência,
ao contrário de Epimeteu, dito como impulsivo, mesmo com boa
vontade.
Para
os dois, o Olimpo incumbiu o trabalho de conceder atributos a todos
o seres para sobreviver no planeta, inicialmente o foito irmão,
pediu para realizar a tarefa e que Prometeu supervisiona-se, desta
forma contemplou os animais com qualidades, dando bicos as aves,
garras aos ursos e veneno as cobras, Epimeteu utilizou a energia
divina da criação em sua plenitude, porem ao final,
faltaram recursos para a humanidade.
Temeroso
pelo descuido do irmão, Prometeu, vai ao Olimpo e rouba o Fogo
dos Deuses, simbolicamente a razão,inteligência e
conhecimento, entrega aos homens, desta forma sendo condenado por sua
ação, futuramente Epimeteu junto com sua esposa
Pandora, recebem igual castigo sendo instrumentos para liberar todas
as misérias no mundo.
Porem
com esse fogo a humanidade começa a se consumir, não
existe uma cuidado com o conhecimento, vinculado beneficiar apenas
alguns, sem perspectiva futura.
Nos
campos elísios, nunca houve miséria, fome ou
desigualdade e todos tinham funções equilibradas, visto
que era a mesma chama.
O
ser humano queima, por não saber como utilizar o calor dos
novos conhecimentos, continuando a mesma dualidade entre pensar para
depois fazer ou fazer para depois pensar, de forma que no final da
existência esgota-se o prazo sem concluir a obra de sua vida.
É
necessário lembrar que Prometeu era um titã e não
um deus, devido a isso também não sabia o que fazer com
o fogo, desta maneira mesmo planejando com boa intensão, não
pode calcular, as consequências de sua ação. E
neste caso para os Olimpianos, o conhecimento fosse tao importante,
trancariam em algum cofre, mas não o fizeram, tinham a plena
consciência que a informação tem que iluminar a
todos indistintamente. Não se baseavam em um modelo
padronizado de ser, eram despreocupados em parecer algo que não
eram, pois sabiam que cada um era único, devido a isso eram
belos por sua autenticidade.
E
com o final desta trama emaranhada, onde são expostas
diferenças entre os humanos e os deuses, resta a reflexão
que o conhecimento não garante uma qualidade para a
sobrevivência, pois este é um meio e não um fim,
como ficou claro no quatros pilares da educação
moderna (DELORS), é necessário aprender a aprender
inicialmente, seguindo um processo onde se aprender a ser,
futuramente, ser divino.
Bibliografia
DELORS,
Jacques.Educação: Um Tesouro a Descobrir.
Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre
educação para o século XXI - 6 Edição.
- São Paulo:UNESCO, MEC, Editora Cortez, Brasília, DF,
2001, p. 82-104.
CARTLEDGE,
Paul (org.). Grécia Antiga – História
ilustrada. 2.ed. São Paulo: Ediouro, 2009 (Coleção
História Ilustrada) p.96-125.
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